sábado, 1 de setembro de 2012

sobre as testemunhas da nossa felicidade... (pt II)


Caminhando pelas ruas da minha cidade, me deparei mais uma vez com uma faixa: dessa vez os avós dando as boas-vindas aos netos que acabaram de nascer e dizendo o quanto estavam felizes por isso. Nesse momento, me perguntei se aqueles avós já haveriam tomado seus netos em seus braços e teriam dito exatamente o que colocaram nas faixas. E se assim o fizeram, não teriam ficado satisfeitos? Precisavam ainda colocar numa faixa diante da casa?

Mais uma vez me pus a refletir sobre essa necessidade de fazermos todos, exatamente todos, amigos, conhecidos e estranhos, como testemunhas dos momentos de felicidade que estamos vivenciando.

Por que será que não vejo faixas dizendo "estou desempregado(a)", "estou lutando contra o câncer", "acabei de me separar e estou sofrendo muito", "fui traído(a)", "estou em depressão"....

Certamente, o homem não é uma ilha, é saudável termos relações amigáveis dentro e fora da família, é saudável compartilhar, mas que tal compartilhar com quem realmente faz parte de nossa caminhada?

E será que não estamos nos esquecendo de compartilhar, e agradecer, com quem realmente nos acompanha, 24 hrs por dia, 365 dias do ano... Deus! Ele está de braços, e ouvidos, abertos para ouvir nossos agradecimentos e também nosso desabafo diante de um momento difícil, e assim nos fortalecer e nos mostrar a direção a ser seguida para a cura e resolução das dificuldades.

Franco Guizzetti, especialista em Feng Shui, já disse num de seus diversos, e ótimos, artigos: "Mantenha a boca calada: em boca calada não entra mosquito. Pare de falar para todos sobre sua vida e planos."

Afinal, nem todas as pessoas, até mesmo as mais íntimas, podem estar, naquele momento, na mesma sintonia com a situação que estamos vivendo. Podemos estar vivenciando um momento de muito sucesso enquanto o outro pode estar passando por dificuldades financeiras ou profissionais, ou acabamos de encontrar um(a) parceiro(a) maravilhoso e o outro acabou de desmanchar um relacionamento de anos... enfim, podemos sim compartilhar, mas com serenidade e respeitando o momento que o outro pode estar passando.

Por que não celebrar com entusiasmo diante do espelho com quem realmente é nosso(a) melhor amigo(a)? Nas minhas reflexões eu descobri que um dia eu também já agi dessa forma, fui insensível e invadi o espaço de uma ou outra pessoa que não estava na mesma sintonia, e hoje eu estou aprendendo a manter, em primeiro lugar, um relacionamento íntimo comigo, diante do espelho, dizendo palavras de confiança, celebrando e refletindo sobre minha vida.

Tente, vale muito à pena! Celebre suas conquistas diante do espelho, com você, dance, cante e celebre. E assim quando compartilhar com alguém, você já terá extravasado aquele primeiro momento de euforia, e saberá compartilhar sem agredir.

Vamos refletir?

Paz e bem!